Amanhece mais uma vez, cambaleio até á casa de banho,
não sei quanto tempo demoro, visto uma roupa qualquer,
não importa , nada importa. Hoje é o dia, vou-te visitar!
Saiu de casa com passos hesitantes, o elevador demora e penso em voltar para trás, apesar da covardia continuo, o autocarro nunca mais chega. Finalmente aparece e aperto-me entre os montes de corpos, vai ser uma longa viagem, por isso peço ao
Bob para me acompanhar com a
Redemption Song, só ele sabe o arrependimento que trago comigo.
Após uma viagem atribulada paro a musica e saiu em frente ao museu, olho a florista do lado esquerdo compro-te uma rosa amarela, e uma branca. Levando o
símbolo do amor eterno e da esperança, percorro o caminho que há quase quatro anos me pareceu turvo por causa das
lágrimas, e
páro á tua frente. Gelo a olhar o
mármore branco, tão perfeito, tão silencioso.
Sento-me aos teus
pés e falo para o vazio enquanto as lágrimas rolam, peço-te perdão pelos dias em que estive ausente, conto-te os meus
últimos anos e fico horas e horas sentada ao frio, já nem a chuva miudinha que cai importa, neste momento sou só eu e tu, e discorro anos e anos de histórias, falo-te do meu
terrorista favorito e sei que tu o ias amar assim como nos amas-te a todos e ias ver naqueles olhos todos os nossos olhos. Um dia, quando ele for mais velho vou-lhe contar todas as histórias , é esse o meu fardo, ouvir memorizar e contar todas as nossas histórias, e sei que tu ias gostar de saber que as decorei. Na terra agora molhada escrevo: " Eterna Saudade!" foi o que tu deixaste, finalmente deixo as rosas junto a ti, para tomarem conta de ti quando eu
não o fizer.
Levantei-me e segui de novo com os olhos vermelhos e turvos para a
saída. Já era meio-dia, mas mesmo assim sei que como ontem á noite quando observei o céu que me estavas a observar, por isso sorri e continuei em frente, sempre contigo a olhar para mim.