quinta-feira, 10 de maio de 2012

Olhar


Porque ás vezes é assim, prendemo-nos por um olhar, por um perfume e nunca mais voltamos. Eu voltei por vezes, porque a ausência de tudo faz-me bem, mas nunca mais voltei para ti, porque não sabes... 
Engraçado nunca escrevi nada para ti, passaste apenas como uma brisa e eu agora prendo-me em noites repetidas, vendo passar corpos apenas enquanto contamino o sangue. 
Por um lado olho para ti e sinto uma vontade única de te abraçar só mais uma vez, mas o cheiro do teu perfume deixa-me tonta e o medo apodera-se de mim mais uma vez, não és tu, sou eu e a verdade é que eu também não sei nada. Magoaste-me, e  perdoei-te mas nunca o suficiente para estar perto de ti. 
Ás vezes gostava de compreender os teus olhares perdidos, em que subitamente te encontro a olhar para mim e nunca percebo porquê. Enquanto isso vivo contigo rodeada de sombras do passado, que encontro na rua perdidas ou que estão tão perto de mim que já nada mais resulta. 
A verdade é que não me arrependo de nada pois nunca me vou poder arrepender do que fiz por querer. 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Folha em branco


As vezes as palavras não fluem enquanto os sonhos vivem na minha mente. Apenas quando sei que nunca os vou concretizar, os transformo em palavras, para que sejam sempre eternos, porque as palavras ficam na vida para alem de nos, porque o que pensamos pode ser imortal se o escrevermos num papel, mesmo naquele papel que voou... Já não consigo escrever...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Eterna Saudade

Amanhece mais uma vez, cambaleio até á casa de banho, não sei quanto tempo demoro, visto uma roupa qualquer, não importa , nada importa. Hoje é o dia, vou-te visitar!
Saiu de casa com passos hesitantes, o elevador demora e penso em voltar para trás, apesar da covardia continuo, o autocarro nunca mais chega. Finalmente aparece e aperto-me entre os montes de corpos, vai ser uma longa viagem, por isso peço ao Bob para me acompanhar com a Redemption Song, só ele sabe o arrependimento que trago comigo. Após uma viagem atribulada paro a musica e saiu em frente ao museu, olho a florista do lado esquerdo compro-te uma rosa amarela, e uma branca. Levando o símbolo do amor eterno e da esperança, percorro o caminho que há quase quatro anos me pareceu turvo por causa das lágrimas, e páro á tua frente. Gelo a olhar o mármore branco, tão perfeito, tão silencioso.
Sento-me aos teus pés e falo para o vazio enquanto as lágrimas rolam, peço-te perdão pelos dias em que estive ausente, conto-te os meus últimos anos e fico horas e horas sentada ao frio, já nem a chuva miudinha que cai importa, neste momento sou só eu e tu, e discorro anos e anos de histórias, falo-te do meu terrorista favorito e sei que tu o ias amar assim como nos amas-te a todos e ias ver naqueles olhos todos os nossos olhos. Um dia, quando ele for mais velho vou-lhe contar todas as histórias , é esse o meu fardo, ouvir memorizar e contar todas as nossas histórias, e sei que tu ias gostar de saber que as decorei. Na terra agora molhada escrevo: " Eterna Saudade!" foi o que tu deixaste, finalmente deixo as rosas junto a ti, para tomarem conta de ti quando eu não o fizer.
Levantei-me e segui de novo com os olhos vermelhos e turvos para a saída. Já era meio-dia, mas mesmo assim sei que como ontem á noite quando observei o céu que me estavas a observar, por isso sorri e continuei em frente, sempre contigo a olhar para mim.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Mentira

Hoje minto, tal como menti ontem e anteontem e talvez até no dia antes desse, minto cada vez que te vejo pois o meu olhar desvia-se na tua presença, nao pela maneira como tudo terminou mas porque nem a agua nem o sabão limpam a sensação de já teres tocado a minha pele. Até dos nossos desentendimentos tenho saudades, como se cada discussão que tivemos duplica-se a tua memória da minha vida. Hoje queria a tua presença mais que tudo pois mesmo nao me conhecendo ,conheces-me mais que qualquer outra pessoa e saberias que os meus olhos negros já não são de cansaço mas sim de tristeza, uma cruz que carrego sempre comigo, o pesar de algo que não sei o que é, pois nunca me senti tão triste e tão só que quando puxo um cigarro no meio de uma multidão descubro que afinal me encontro no vazio.
Em vez das palavras que usas para te dirigires a mim prefiro que me pegues na mão me puxes para um sitio qualquer e me dês um abraço, um simples sinal de que podes fazer parte da minha vida novamente, sempre fomos demasiado bons a ignorar-nos, mas infelizmente eu sempre preferi amar-te mesmo quando nao segui esse caminho.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Desabafo

Gostava de conseguir voltar a escrever por baixo deste sol gelado, mas isso é impossivel, sinto-me vazia e já nada o muda.... Um dia ainda vou perceber o sentido de tudo....